Na semana passada, eu divulguei um texto bastante revoltoso até, onde entre outras coisas eu reclamei do perfil do público que anda frequentando os jogos de Copinha. Hoje, no entanto, eu venho falar sobre um público da mesma faixa etária dos demais, mas que foram muito mais engraçados.
O que relato de hoje aconteceu sob um sol incandescente, na Ibrachina Arena, no jogo entre a equipe da casa e o Náutico na Copinha de 2025. Eu vi um grupo de meninos na idade escolar ainda se enfiar no meio da torcida do Náutico, e já fiz o meu julgamento de que seria uma longa tarde, dadas as experiências eu havia tido anteriormente na Rua Javari, não muito longe dali.
Mas eu rapidamente percebi que os meninos estavam ali realmente para incentivar o Náutico (e é fato que eles estiveram em rodadas anteriores provavelmente apoiando o Araguacema, que estava no mesmo grupo, dado pela forma como foram tratados pelos dirigentes da equipe de Tocantins que saíam do estádio naquele momento). E eles corriam totalmente na contramão da torcida tradicional, com gritos que fugiam do padrão, tal como na Javari, mas esses muito mais respeitosos do que o visto em outros estádios.
Claro que eles provocavam os jogadores do Ibrachina, mas o máximo que se ouvia era um “o 2 vai virar Uber”. E as brincadeiras se concentravam em eventos do jogo. Por exemplo, eles perceberam que o goleiro reserva do Náutico era tímido, e sempre que o rapaz aparecia em um local onde eles pudessem ver, eles começavam a gritar: “goleiro… bonito… goleiro… bonito…” O rapaz ficava sem jeito, mas respondia com educação e sorrindo.
No intervalo do jogo, inclusive, um fiscal da Federação Paulista entrou em campo e eles começaram a gritar “tio… careca…” O homem também levou na brincadeira, e pelo visto já os conhecia de outros carnavais, porque perguntou: “O que aconteceu que hoje vocês até que estão quietos?”
Na segunda etapa, no entanto, algumas crianças insuportáveis e mal-educadas, torcedoras do Ibrachina, para ficar longe da escola de samba que vai batucar nos jogos do time da Mooca, foram pra parte visitante, começaram a gritar impropérios a bel prazer, e os meninos se acanharam um pouco — o calor também estava forte e o jogo não ajudou muito a manter os ânimos elevados. Mas antes disso, mostraram que é possível ser engraçado sem ser desrespeitoso.