A história de hoje acontece na Rua Javari, na minha segunda visita (e quarto jogo) no estádio. E foi a primeira vez que eu vi um erro de arbitragem decidir não apenas o resultado de um jogo, mas também o classificado para seguinte fase de uma competição.
Na Copinha de 2015, o regulamento ainda previa a classificação apenas do primeiro colocado de cada grupo, além dos seis melhores segundos, pelo que o Juventus chegou na última rodada, após vencer o Tarumã do Amazonas por 1×0 e empatar diante do Santo André por 1×1, precisando ganhar do Figueirense para se classificar. A equipe catarinense havia vencido seus jogos contra Santo André e Tarumã, e jogava pelo empate. Se não vencesse, o Juventus chegaria apenas a 5 pontos, na melhor das hipóteses, e não se classificaria, uma vez que já naquela altura havia mais de seis times na segunda colocação de seus grupos com 6 pontos.
E o jogo começou com o Figueirense abrindo 2×0 antes dos 10 minutos de jogo, o que levou os catarinenses a controlarem todo o primeiro tempo. Mas no começo do segundo tempo, o Juventus devolveu na mesma moeda, fez dois gols relâmpagos e empatou a peleja. Não demorou e o Figueirense fez o terceiro gol, mas o Juventus não desistiu e foi buscar o empate novamente.
No final do jogo, em torno dos 40 minutos de partida, o Juventus chegaria ao quarto gol, o gol da virada, o gol da classificação, após cruzamento pela direita e uma cabeçada da entrada da área morrer no canto esquerdo do goleiro catarinense. Tudo lindo, tudo maravilhoso, exceto pela bandeira levantada. Gol anulado por impedimento, quando todos viam que o zagueiro central do Figueirense estava mal posicionado e dava condição de jogo para o atacante juventino. Gol anulado. Festa cancelada. Juventus eliminado. Um bom jogo estragado pela arbitragem. Uma torcida revoltada. Jogadores abalados. Cenas daquele dia ainda me vêm muito vivas na cabeça quando eu paro pra pensar. Tudo o que depende de um bom desempenho humano pra funcionar, uma hora ou outra falha. Com o futebol não é diferente. Nem acho que o assistente tenha errado de propósito. Mas fica a imagem de uma revolta, devido também a um regulamento cruel. Uma revolta que não aconteceria no ano seguinte, quando já os dois melhores de cada grupo avançavam.